terça-feira, 31 de maio de 2011

DESCASO COM A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL



EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A EDUCAÇÃO DO BRASIL?

Não dá para acreditar que o MEC e as Secretarias Estaduais de Educação tem um discurso bem diferente da prática. É como se estivessem brincando com a educação do Brasil; principalmente quando se trata de Educação de jovens e adultos de nosso país.
      O MEC e as secretarias municipais e estaduais de educação falam tanto que “o conhecimento é vital para o desenvolvimento e o crescimento econômico”; mas a realidade revela que tem uma parte grande da população que não consegue sequer completar o ensino fundamental. O MEC e as secretarias de educação demonstram claramente que não têm compromisso com os alunos desta modalidade de ensino (EJA).
    Estatísticas comprovam que embora haja um público alvo estimado em cerca de 57 milhões de candidatos para esta modalidade, segundo o INEP (órgão de pesquisa educacionais do MEC), o número de alunos que ingressam nesses estudos vem diminuindo a cada ano letivo. Pesquisas mostram uma queda de matrículas da EJA em torno de 740.000 alunos de 2007 a 2009; isto de um universo de 4.900.000 alunos. A pesquisa do INEP também mostra uma realidade muito grave: o número de escola que ofertam EJA diminui 7,3% de 2007 a 2010.
      É preciso centrar esforços para tentar elucidar e combater as causas deste disparate na educação. Poderíamos e3lencar algumas:
-falta de um currículo formulado dentro da realidade da clientela atendida em EJA;
-Falta de adequação das escolas para atendimento deste alunado adulto
-falta de formação de professores para este tipo de modalidade de ensino;
-falta de um currículo mais atrativo, de significância e mais flexível ao atendimento dos alunos desta modalidade de ensino
-falta de material didático específico para esta modalidade de ensino
     É claro que muitos jovens e adultos têm dificuldade de ver a relevância dos conteúdos que aprendem para suas vidas; por isso é preciso rever o tipo de escola que se oferece a eles. É necessário que esta modalidade de ensino tenha uma carga horária mais flexível e uma metodologia diferenciada para atender estes alunos. É necessário nos conscientizarmos que estes alunos não têm condições de ser alfabetizados e nem de desenvolverem seus estudos dentro de um currículo com linguagem e estratégias voltadas para o ensino regular; pois, o resultado final é a diminuição de candidatos para este tipo de modalidade de ensino, e consequentemente também se acentua um índice muito elevado de evasão escolar que gira em torno de 47% das matrículas. Sabemos ainda que o aluno evadido dificilmente volta aos estudos..
    Pensávamos que com a criação do FUNDEB (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) fosse corrigir esta injustiça na educação; mas é notado que as secretarias municipais e estaduais de educação têm privilegiado o ensino regular de ensino em detrimento da EJA. Sabemos que os recursos financeiros repassados pelo FUNDEB, são repassados de forma global; mas sabemos que este fundo aumentou a parcela a ser repassada para EJA. O fato é que, a parte que em tese caberia à EJA, é drenada para as outras modalidades de ensino deixando de lado o alunado adulto.
     Um fato relevante e que causa espanto e revolta acontece neste ano de 2011. O MEC através do FNDE abriu escolha dos livros didáticos do ensino médio para o próximo triênio letivo (2010 a 2014); e, inexplicavelmente não há escolha de obras voltadas para a Educação de Jovens e Adultos – EJA. As instruções são para que as escolas f a escolha dos livros didáticos do ensino regular para serem adotados na EJA. Isso reforça os meus relatos; falta compromisso do MEC para atendimento dos alunos de EJA. O MEC demonstra desconhecer este tipo de modalidade de ensino dentro do Sistema de Educação.
     Todo o relato acima é uma constatação do próprio MEC e das Secretarias de Educação; são dados de uma pesquisa recente do próprio MEC, um MEC que discursou preocupado com estes dados; mas que, na primeira oportunidade que tem de dispensar uma atenção à EJA adquirindo um material didático específico e apropriado para este alunado, não o faz e ainda gasta bilhões de reais do erário adquirindo livros didáticos que não têm aplicabilidade para esta modalidade de ensino. A desculpa da pelo MEC é que, editoras e professores, poderão fazer adequações a partir das obras escolhidas. Tudo indica que há um interesse maior por trás de tudo isso; pois nada justifica gastar-se tanto para aquisição deste material didático que ficará aquém das necessidades dos alunos e dos profissionais da EJA.

Jader Campos da silva
Gestor Escolar

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